quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Mentes em Movimento (7)


Como nenhum outro estudo confirma esse efeito benéfico, os cientistas tentam encontrar explicação por meio de outras análises, incorporados os resultados de vários trabalhos. O mais novo estudo comparativo desse tipo foi publicado por especialistas em saúde coordenados por Gillian Mead, da Universidade de Edimburgo, em 2009. Após a avaliação de 25 estudos com mais de 900 participantes, os pesquisadores perceberam o alto potencial antidepressivo nos exercícios de resistência. No entanto, se forem utilizados padrões metódicos muito severos, o efeito desaparecerá. Assim, seria necessário que os participantes não soubessem se pertenciam ao grupo de controle ou ao de tratamento. Naturalmente, esse tipo de teste cego é praticamente impossível em programas esportivos. Não se sabe também qual o papel desempenhado pelo apoio social mútuo, já que quanto a pessoa corre, faz exercícios ou anda de bicicleta em grupo termina por desenvolver laços que podem influir em seu humor.
De maneira geral, a atividade física parece bastante adequada no caso de uma leve tendência à depressão ou de uma inquietação ansiosa. Mas quando há sintomas graves e causas profundas, como um trauma, somente o exercício não é suficiente. O estudo já citado desenvolvido por Karen Petty com jovens com sobrepeso nos leva a supor a mesma coisa. A "porção extra de esporte" fortaleceu autoestima de participantes brancos - mas o mesmo não ocorreu com os de origem afro-emericana! Nesses últimos, o desânimo aparentemente não apenas tinha raízes na insatisfação com a própria aparência, mas estava ligado a questõs mais amplas, como a discriminação e marginalização social.

Da revista Mente & Cérebro n° 211, de agosto/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário