terça-feira, 29 de março de 2011

PLANO DE CARREIRA OU DE VIDA?


Publicado em 10-Mar-2011,  por Ricardo Barbosa

 Sobre o consultor associado à Innovia

Jansen de Queiroz Ferreira é: administrador, economista, consultor em Gestão Polifocal, coach de empresários, sucessores, executivos e profissionais recém formados e liberais. Também é membro do Grupo de Excelência no Estudo de Coaching do CRA-SP (Conselho Regional de Administração de São Paulo).  – Tel: 11-5539-5264.

E-mail:contato@innovia.com.br

  
Sobre o tema indicado tenho uma visão pessoal que, talvez, destoa das abordagens técnicas clássicas. Entendendo que num mundo que apresenta nítida tendência para a redução da relação de emprego e  prioriza a relação de trabalho sem vínculo empregatício, num contexto globazilizado, no qual se constata vertiginosa  aceleração do ritmo das mudanças socioeconômicas, fica complexo o planejamento de carreira, que, cada vez mais  se aproxima  do planejamento de vida, que nos revela a cada esquina do tempo, surpresas, revelações, términos e recomeços.
 
Partindo do contexto descrito acima, o planejamento de carreira deve está correlacionado com os objetivos pessoais, familiares, sociais e profissionais. O profissional que fizer planejamento de carreira deve ter sabedoria para distinguir persistência de teimosia e ter presente que o único evento permanente na vida é a mudança. Por isso deve ficar sempre atento às mudanças que afetem seus objetivos ou até mesmo os tornem obsoletos. A vida só nos oferece duas alternativas: mudar para vencer ou mudar para perder. Pensar que se viva sem mudar é auto-engano. Nós não somos, nós estamos em contínuo processo de mudança. A escolha fica a critério do livre arbítrio. Aqui não estou fazendo apologia da filosofia da musica do Zeca Pagodinho: deixa a vida me levar, vida leva eu, mas, apenas, contextualizando o planejamento de carreira e introduzindo a necessidade do desenvolvimento da inteligência emocional que entre outros requisitos requer flexibilidade e a tolerância à frustrações.
 
Pessoalmente,  não acredito em regras. Valorizo conceitos, trabalho produtivo - aquele que está alinhado com os objetivos do indivíduo -, amor, - está passando da hora de incluir o Amor como característica necessária ao desenvolvimento profissional  -, medo - por que contribui para a sobrevivência do indivíduo e do profissional – ira, sim ira, é uma das emoções básicas do ser humano,  necessária para que manifeste  desconforto emocional e mantenha a capacidade de se indignar com a incompetência, a desonestidade, a corrupção, a arrogância e a prepotência, para que possa construir  relação interpessoal  respeitosa. Como isso, não estou fazendo apologia do conflito sem causa e sem o objetivo de que as partes em conflitos consigam, com o enfrentamento  do conflito, crescer mutuamente. Como diz o Dr Paulo Gaudêncio: “ violência é ausência de agressividade, hoje falada assertividade”. Isso é, varrei seus desconfortos emocionais para debaixo do tapete, até que um belo dia, por um cisco, por uma besteira ocorre uma manifestação violenta de desagrado.
 
Outro requisito essencial é a flexibilidade realística, que não sirva de máscara para a acomodação ou agitação inútil como uma onda no mar, para enfrentar os eventos da vida de forma a não se deixar abater pelos inevitáveis fracassos e erros - são eles que nos humanizam -  e, nem, se empolgadar excessivamente com o sucesso circunstancial. Ambos são passados.
 
Todo o planejamento de carreira deve considerar que antes do profissional existe um ser humano, rico em possibilidades, emoções – Amor, Ira e Medo, completadas com o senso de dever, com os mandatos, crenças e valores aprendidos durante todo o processo de socialização – família, religião, escola, amigos, colegas de trabalho, etc. - , de capacidade de processar  inteligentemente os  fatores intervenientes.
 
Em matéria de planejamento, não tem saída, temos que usar de forma equilibrada os dois hemisférios cerebrais: razão e emoção. Considero, no hemisfério responsável pelas emoções, a intuição e a criatividade, para não trazer a questão da espiritualidade. A aceleração do ritmo das mudanças talvez imponha a utilização continuada da tática.

do site: www.gestopole.com.br

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