quinta-feira, 24 de março de 2011

A PSICOLOGIA DO SUCESSO 02/12



Estudos revelaram que esses efeitos são desdobramentos importantes do trabalho teórico iniciado nos anos 70 focado em questões de identidade social - que estudam como as pessoas se veem como membros de um determinado grupo e quais são as implicações disso.Mais importante,porém, é que a pesquisa examina não apenas como assumimos (internalizamos) e expressamos (externalizamos) identidadescompartilhadas com nossos pares, mas como esse quadro pode mudar.

Pesquisas nos ajudam a compreender as consequências debilitantes do sexismo, do racismo, da homofobia e afins, assim como identificar
formas de lidar com os problemas causados por esses preconceitos para  que talentos e potenciais não sejam negligenciados e desperdiçados. Parte dessa história envolve reconhecer não apenas que os estereótipos podem promover o fracasso, mas também alavancar o desempenho de uma pessoa ou grupo, funcionando como instrumentos de promoção do progresso social. Estudos pioneiros conduzidos na Universidade Stanford pelos psicólogos Claude Steele e Joshua Aronson são particularmente reveladores. Sua demonstração clássica da ameaça dos estereótipos
emergiu de uma série de estudos em meados dos anos 1990 nos quais estudantes afro-americanos de alto desempenho acadêmico responderam a questões orais do Graduate Record Examination (GRE), em alguns casos achando que o exame estaria medindo a inteligência e em outros que a bateria não era de forma nenhuma um teste de capacidade. Curiosamente, o desempenho desses participantes foi muito pior quando se falou que o tese era uma aferição da inteligência. Pesquisadores argumentaram que essa diferença ocorreu porque "em situações nas quais o estereótipo é aplicável, a pesoa está sob risco de confirmá-lo como uma autocaracterização, tanto para si mesmo como para outros".

O padrão foi repetido em muitos grupos. Por exemplo, o psicólogo Sian L.Beilock, da Universidade de Chicago, e seus colegas relataram em uma edição de 2007, do Jounal of Experimental Psycology que, se estudantes do sexo feminino são informadas sobre o estereótipo de que os homens tem maior capacidade matemática que as mulheres, elas tendem a se sair pior em tarefas complexas dessa categoria, em comparação às que sãoinformadas sobre esterótipos referentes a envelhecimento e baixacapacidade cognitiva.


Fonte: Revista Mente & Cérebro n°218, março/2011

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