sábado, 19 de março de 2011

Saber jogar as coisas fora faz bem (3/4)


“Sou uma máquina de jogar tudo fora”

Se Natália não tem mais onde guardar seus pertences, o mesmo não acontece com a psicóloga Thais Picerni, 33. “Não consigo guardar nada. Se tem algo que não uso há mais de dois ou três meses eu me desfaço”.

A mania de Thais já lhe causou prejuízo. Ela conta que quando ficou grávida pela segunda vez, de mais uma menina, teve que recomeçar o enxoval do zero porque não tinha nada guardado. “Acho que, às vezes, jogo fora coisas que eu podia guardar por um tempo maior. Mas me irrita ver algo sem ser usado”.

A psicóloga é o terror das pessoas que convivem com ela. Se Thais passa perto da gaveta do marido, não consegue deixar de retirar alguma coisa. Ele, claro, não gosta nada disso. “Eu nem abro mais a parte do armário dele para não dar aquela vontade de me desfazer de tudo”, confessa.

“Eu sou feliz assim. Mas as pessoas morrem de medo de mim. Fui ajudar minha mãe em sua mudança um tempo atrás e até hoje ela está brava porque joguei muita coisa que não devia fora”. A psicóloga já teve problemas sérios por causa da sua mania. “Lembro que, por engano, joguei o documento de compra e venda do meu carro no lixo. Também já fiz isso com o meu diploma de faculdade. Para tirar todos os documentos de novo foi uma dor de cabeça”.

O psicanalista Paulo Giraldes pondera que o equilíbrio é muito mais benéfico do que os extremos. “Quem simplesmente se desfaz de tudo também não racionaliza a situação. Age por impulso”, afirma.


Do site: www.ig.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário