terça-feira, 30 de novembro de 2010
CIÊNCIA DO NEUROMARKETING: QUE FUTURO?
Publicado em 6-Nov-2010, por Nelson S. Lima
O que é exatamente o neuromarketing?
O neuromarketing é uma disciplina que procura compreender melhor os estímulos relacionados com o consumo no sistema cérebro/mente do consumidor. Na verdade, o que se pretende com o neuromarketing é ir além daquilo que os estudos de comportamento e das reações do consumidor revelam. Usa aparelhagem de neurotecnologia para pesquisar o cérebro e suas atividades em momentos de escolha.
É possível separar as emoções da razão no momento da escolha ou o homem não é sempre racional nas suas opções?
A racionalidade pura não existe a não ser num campo muito restrito de escolhas, provavelmente naquelas que contêm menor risco. Qualquer escolha comporta espetativas e a obtenção de resultados. Envolve, por conseguinte, sempre um certo nível de risco. Toda a análise que um consumidor faça sobre o que que estiver em jogo numa qualquer compra pretende ser objetiva e isenta de devaneios. Mas não consegue abstrair-se, mesmo que inconscientemente, do universo das sua emocionalidade. Antigamente acreditava-se que era de forma quase linear e lógica que as decisões de compra se faziam. Hoje sabe-se que mesmo as decisões menos exigentes são infiltradas pelos estados emocionais do momento e dos sentimentos de fundo presentes durante os processos de compra (observação, análise, comparação, avaliação dos riscos, etc., etc.), tanto do consumidor como daqueles que o rodeiam e que o podem influenciar nas suas preferências e escolhas.
Metas futuras do neuromarketing e o que pode reservar esta nova disciplina para o futuro?
Não estou totalmente convencido que o neuromarkting possa ir muito mais longe do que aquilo que hoje se conhece. A massificação do consumo está em declínio e assistiremos cada vez mais a uma pulverização de produtos e marcas que terão de lutar taco a taco para conquistar os consumidores. O que as neurociências poderão fazer no auxílio do marketing é testar ideias, produtos e mensagens com vista a encontrarem-se as melhores soluções, mas ficarão de fora sempre muitos aspetos que são totalmente do domínio da psique individual e que, para já, nenhuma neurotecnologia é capaz de invadir e isolar para efeitos de observação.
O neuromaketing é correto do ponto de vista ético?
Até ao momento não consta que as experiências de neuromarketing tenham criado problemas de natureza ética, se bem que algumas pessoas menos informadas receiem que colocar o cérebro do consumidor sob auscultação eletrónica signifique invadir e prescrutar os seus pensamentos e sentimentos. Eu diria, com algum cepticismo, que o neuromarketing, tal como hoje se encontra, tem mais interesse académico e científico do que verdadeiramente prático e utilitário para as empresas.
Porquê o neuromaraketing?
Quanto mais se sabe sobre o funcionamento do cérebro melhor se compreende o comportamento humano, em especial aquilo que o origina e os mecanismos neurais (de neurónios) envolvidos.
Nosso mundo está marcado pela velocidade de mudança, gerações sobrepostas, aumento do leque de escolhas, estilos de vida muito diversificados, aumento do poder do conhecimento, mais informação e mais tecnologia. Os efeitos que estas forças de mudança exercem nos consumidores fazem com que os comportamentos sejam cada vez mais heterogêneos. Estamos lentamente saindo de uma sociedade massificada para um mundo individualizado onde cada consumidor tem o poder de influenciar amplas comunidades de pessoas através, por exemplo, das redes sociais hoje vulgares na internet.
Nelson S Lima
Ceo do Instituto da Inteligência Europa
Diretor Nacional da EURADEC Inglaterra *
Associação Europeia para o Desenvolvimento da Educação e da Cidadania
Diretor de Investigação em Psicologia da EURADEC Alemanha (sede)
www.euradec.eu
www.infoinstitutodainteligencia.com
Fonte: www.gestopole.com.br
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