segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Síndrome do Impostor (4)





Vários outros estudos apoiam essa constatação. A suposição leva a crer que o fenômeno também contribui para o fato de as mulheres ainda estarem raramente representadas em posições de ponta em sua vida profissional. Apesar de as meninas terem, em média, melhores notas escolares e completarem os estudos universitários com frequência bastante aproximada à de seus colegas do sexo masculino, aparentemente o sucesso parece imerecido para muitas delas. O tema, entretanto, ainda é controverso.

Mas como é possível que pessoas que sempre conseguem ter bons desempenhos, muitas vezes até acima da média, não acreditem em sua capacidade? Os sentimentos associados à síndrome do imostor são provavelmente tão perseverantes porque se estabilizam em um círculo vicioso psíquico. Para que a "fraude não seja revelada" em uma situação que dependa do deesempenho, como, por exemplo, uma prova, as pessoas adotam uma entre duas estratégias: "overdoing" (fazer demais) ou "underdoing" (fazer de menos). No primeiro caso, se preparam de forma exageradamente longa e intensiva para uma situação onde seu desempenho será avaliado. Com isso, elevam a probabilidade de obterem um bom resultado. E, se isso ocorre - e geralmente ocorre - atribuem o sucesso não a sua capacidade, mas ao grande esforço. Ao mesmo tempo, têm consciência de que não poderão sempre empenhar-se, o que reforça o medo de não conseguir o resultado semelhante no futuro.

Da revista Mente & Cérebro n° 213, outubro/2010

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