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Os limites da Exigência.
Publicado em 14-Oct-2010, por Lino Garzón Sandovallinogs@hotmail.com, linogs@gmail.com, @linogs, www.linogs.blogspot.comCuidado com exigir demais e sempre!Cuidado com os excessos de “porém”!Cuidado com a falta de medida!Às vezes é recomendável simplesmente ficar no elogio, sem acrescentar mais nada, nem dicas, nem recomendações, porque senão o teu estilo de gerenciamento e de coaching pode chegar a incomodar mais do conveniente e isto pode se tornar um freio no relacionamento desejável a existir entre você e o seu instruído.Você, meu querido Coach, nunca atingiu a perfeição, você não é perfeito no que faz.O fato de ser ou ter sido melhor na função que outros agora desempenham, não implica em se colocar como advogado supremo. É bom e é inerente a pessoas inteligentes sabermos quando estamos beirando ou ultrapassando os limites do aceitável.A nossa responsabilidade ao frente da organização ou de atividades específicas, nos ofusca e nos faz sentir a obrigação de zelar porque tudo funcione com a precisão e a harmonia dos antigos relógios de corda.Este tipo de abordagem desmedida pode desanimar a quem sempre procura se superar, obtém um bom resultado, mas aquela voz, não perde tempo em apontar qualquer detalhe negativo, por mínimo e intranscendente que seja. Chega ao ponto de você se acostumar e a esperar sempre a segunda parte, porque a primeira é irrelevante.Perde-se o respeito, perde-se a confiança, perde-se a vontade de compartilhar, perde-se o desejo de ser ajudado, de aprender.Um excelente profissional esta-se desmoronando pelo vício das cobranças. Não passará muito tempo e este começará a pensar em mudar de área ou de empresa e neste caso, quem perderá, acreditem se quiser, não será o indivíduo pelo fato de se desvincular do tão afamado e capacitado instrutor. Ele sempre estará receptivo a novos conhecimentos e ensinamentos. Continuará crescendo. A empresa será a grande perdedora.Tão importante quanto o bom treinador o é o bom discípulo.Certa vez, após obter uma promoção de função e cargo bastante significativa dentro do ambiente organizacional, um colega além de me parabenizar, perguntou-me sobre qual seria o meu próximo passo, a minha próxima aspiração.De cara não gostei da colocação. Parecia como uma evidência de algo que não queremos interiorizar às vezes e é que para crescermos e sentirmos satisfeitos, temos que subir degraus, caso contrário nada mudou, mesmo que resulte pesado saber que inconscientemente nos projetamos para a ascensão.O conceito de crescimento horizontal, infelizmente ainda, nos nossos tempos, no nosso sistema, não atingiu a valorização, a remuneração e a consideração suficientes para se tornar o desejo mais comum, um fim.Os descansos nestas escadas da vida servem como trégua na incessante luta por avançar, para respirarmos e analisarmos futuras estratégias de poupar fôlego, para continuar a subida. Os degraus devem ser pisados de maneira sólida, para constatar a firmeza da escada que estamos vencendo.Depois de corrigir que sinceramente não era esta conquista o que realmente estava esperando, pese a reconhecer que tinha condições para desempenhar a função, mas que duvidava deste desenlace devido a fatores alheios a minha vontade durante o processo seletivo e aptidões. Mesmo assim não posso nem devo ocultar o regozijo pelo reconhecimento. Há algum tempo esperava que olhassem para mim, para ser descoberto e ao parecer, os olhares se voltaram na minha direção.Deixei bem claro que eu estava inconformado pela minha antiga condição e posição, onde sabia muito bem o que não queria e acho que ter ciência disto é essencial e importante, mas, como muitos outros colegas, também desconhecia o que seria melhor para mim, porque não sabia o que podia ser ofertado. A propósito, isto acontece muito nas empresas. Fala-se bastante de planos de carreira e coisas do gênero, mas os funcionários não são informados de todas as possibilidades de crescimento e mobilidade dentro do grupo.Afinal ele ficou surpreso com a minha resposta: “Eu por agora, simplesmente quero ser bom, aliás, muito bom, naquilo que acabei de tomar posse”, enfatizando na máxima de que é melhor dar um passo de cada vez, mesmo que alguns sejam mais curtos e outros mais cumpridos. Sonho em ser tão bom nisto que comecei agora, quanto o fui naquilo que felizmente hoje concluiu.Falando de outro assunto interessante.Qual o tempo suficiente e justo para começar a cobrar do novo eleito o que se espera de um expert na posição?A resposta não se faz esperar, - “depende”- de muitos fatores:- da necessidade de dar resposta rápida numa área que careceu da devida atenção.- da necessidade de corrigir velhos problemas.- do nível de exigência dos superiores.- do que se esperava do profissional, sabendo o histórico do desempenho do mesmo.- do poder do “e se”, ou seja, e se tivéssemos colocado ao outro candidato na função?- do nível de organização dentro da organização.- dos acertos na estruturação das funções.Esta lista poderia ser interminável.O teu nível de hierarquia, não significa em hipótese alguma que você sempre esteja certo. Aquele ditado de que Chefe nunca erra, é pura burrice e adulação. Erram sim e muito, por sinal, muito mais do que deveriam e gostariam e os maiores erros concentram-se fundamentalmente nos desacertos no gerenciamento das pessoas e procedimentos.Chefe, chefão, professor, gerente, diretor, ou como se chame, respeite por cima de tudo. O respeito é uma via de mão dupla.Espero que ninguém esteja confundindo minhas palavras com consentir, aceitar, admitir sem a menor das considerações. Os meus questionamentos estão muito longe desta filosofia. Não defendo a idéia de panos quentes, mas as mãos fortes e precisas não têm que ser necessariamente de ferro, para o negócio não desandar.É ser conseqüente, corresponder ao momento, saber aplicar a dose indicada e precisa em cada oportunidade e circunstância, ser portador da sabedoria que não só os conhecimentos adquiridos te proporcionam, senão também as experiências resultantes da tua dedicação e do teu próprio comportamento.Para conseguir objetivos, não é necessário abusar provocando distanciamentos. Para arriscar, precisa-se de união, de linguagem comum, de paz.Ter noção dos esforços e da atitude do funcionário por conseguir tudo o exigido, nos engrandece, assim como analisar o cenário como um todo antes de julgar.Toda obra humana pode ser aperfeiçoada, mas os humanos temos limites e você, mesmo que munido de uma porção um pouco até que um pouco além do admissível de sarcasmo e crueldade, também é humano.Errar é humano. Procurar o erro nos outros, é relativamente fácil. Consertar os erros se colocando no lugar dos outros pode se tornar desumano.A inversão de posições na hierarquia da vida é um fato que a diário vemos e conferimos. Outrora estagiários hoje em cargos de destaque e superiores ao teu. Funcionários que antigamente conduzíamos, agora têm plenitude de faculdade para ensinar a todos incluindo você.Possuir o conhecimento, a capacidade é circunstancial, é relativo. Por mais vastos que sejam, estão sempre circunscritos a um contexto. Por outro lado o prestígio e a admiração podem ser eternos.A exigência também tem fronteiras.Na mesma proporção em que você vai se tornando um exigente desmedido e sem noção, nessa mesma medida, o teu brilho irá ficando mais opaco. As pessoas começarão te enxergar com outros olhares, procurarão falhas e como bem reza no ditado: “Quem procura: acha”. Todos temos as nossas telhas de vidro, sem considerar que para as telhas racharem, não têm que ser expressamente feitas de vidro.Curiosamente, a gente só repara no acima tratado, quando se é vítima, quando se é platéia. Ao agirmos como atores e estarmos no palco, esta situação torna-se imperceptível.A exigência como bandeira, como pedestal, como paladino, sim; mas honrando-a sempre.Fonte: www.gestopole.com.br
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