terça-feira, 2 de novembro de 2010

A morte, que enterra uns, eterniza outros




Publicado em 29-Oct-2010, por Ivan Postigo


Acredito que posso me considerar espiritualista.

Deixemos a questão religiosa de lado. Nesse sentido sou ecumênico.
Ora, se cremos em um só Deus, porque tanta controvérsia?
Por que alguns querem Adorá-lo mais do que outros? Que o façam!

Sua catedral é maior que a minha? Que bom, estimo que seus esforços sejam prestigiados e reconhecidos.
Seu coração e bondade são maiores que os meus? Ah, que sorte seus amigos têm!
Apenas tome cuidado para que não apenas a sua catedral seja reverenciada, e você esquecido.

Para o herói, não é necessário elogios em seu epitáfio para que seja lembrado, apenas o nome. Para o mito, nada.

Para que de mim recordem, se minha tumba precisar de inscrições, esqueçam-me. É sinal que pouco fiz que mereça ser mencionado.

O herói, não é herói porque se fez, mas porque realizou, sem saber exatamente as conseqüências. O seu íntimo lhe dizia: - Ocupe-se sempre de algo que valha a pena.
Alexandre é “O Grande”, porque grande, Alexandre foi!

Napoleão levava consigo um escriba para que registrasse suas memórias e façanhas para a posteridade. O que você já leu daquilo que ditou? Provavelmente, pouco ou nada.
O que sabemos vêm de seus feitos, ainda que de muitos discordemos ou possam ser fantasiosos.

Precisaríamos de uma tumba, um epitáfio ou marca para nos lembrarmos de Ghandi?

E, Sócrates, Martin Luther King, Buda, São Francisco, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Padre Cícero, Thomas Edison, e tantos outros, cujos nomes são mencionados entre os heróis e os mitos?

Alguns nomes devem ser lembrados por todo bem que fizeram, alegrias que proporcionaram e ajuda humanitária que prestaram. Outros, jamais devem ser esquecidos, para que as futuras gerações saibam o mal que provocaram. Neles, pessoas depositaram confiança e os seguiram.

Há uma classe entre heróis e vilões que pelos seus atos é repudiada, dessa forma “esquecida de ser lembrada”: a dos traidores.
A história enterra seus atos e apenas grava o motivo do arrependimento. Seu único rastro na terra e registro de sua eternidade.
O que fez de bom? Ninguém sabe. E de mal? Em uníssono os povos responderão: Traiu!

Para a vida há um lema simples: Viva de forma que todos riam e festejem o seu nascimento e chorem a sua morte. Não o contrário.

A saudade, quando existir, não deve ser pela partida, mas porque foi bom.

A história é generosa com os realizadores. O que se diz de um mito, um herói jamais alcançará. Terrível com os maus, pois a cada ato de resistência dos bons cria novas lendas que eternizarão proezas. Crianças se transformam em homens, este em heróis que serão lembrados como semideuses.

Precisamos de mitos e heróis, quando não os temos exercitamos nossas fantasias e os criamos. Pequenos, tornamo-los grandes, e estes inimagináveis.

Essa á uma necessidade existencial e não cultural. O menino que não cultua o pai, nem o amigo, adota o bandido.

Pais distantes serão heróis eternos, participantes, eternos heróis. Mitos de devoção aos filhos, lendas em suas realizações, heróicos com sua presença.

Como serão lembrados?

Ora, jamais serão esquecidos!

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
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