sábado, 6 de novembro de 2010

Somos o fruto de nossas escolhas!


Publicado em 25-Oct-2010, por Antonio Roberto Vigne




Quando acordamos de manhã, já imediatamente somos bombardeados com uma gama infinita de informações fruto de nossa rede tecnológica. Podemos escolher a rádio que nos desperta, o programa de TV que assistiremos no nosso café da manhã, as redes sociais que nos conectarão com o mundo pela internet, assim como, as informações complementares derivadas delas, os jornais ou revistas que leremos em algum coletivo ou sala de espera, um livro que leremos em nosso momento de folga ou por obrigação de profissão e, até mesmo a nossa escolha profissional é fruto disto, tudo gera o nosso estilo de vida, o nosso dia-a-dia.



Mas, se somos os amigos que escolhemos ter, se somos julgados por nossas ações e conduta s sociais, políticas, religiosas e se estas variações são tantas e tão dispersas, em um mundo onde você tem acesso a tudo isto na ponta dos seus dedos. Como escolher o que é certo? Como definir o que é certo e o que é errado? Como definir, por exemplo, que um governo é melhor que outro, que um governante é melhor que o outro, se em uma campanha ambos se atacam mais que criam propostas? Resposta: Pela Lei! Você só pode saber o certo pela lei, pela regra escrita e registrada. O resto é boataria!



Em momento algum suas incertezas são tão focadas, quanto na hora de um voto, pois ali você busca alguém que lhe represente como ser social e se não se sente representado, sente-se frustrado por isto, pelo seu governante e pelo seu governo. Por menos que seja, ao longo dos anos isto vai aumentando, uma sensação de impotência diante do poder, apesar de toda a informação disponível ao alcance de suas mãos. Este é o motivo que muita gente com nível superior, com acesso a informação e tecnologia vota nulo ou em branco, revolta, insatisfação, indignação, protesto. Do mesmo modo, o dito voto de protesto, em um candidato caricato, visivelmente incapaz do poder, o voto nele é para ser um protesto, mas acaba sendo perdido, diante da sua incapacidade de se expressar ou representar o grupo que o elegeu.



A lei assegura o caminho à ser seguido! Nunca olhe leis menores, leis secundárias, sem antes olhar o que diz a lei maior. Motivo: Uma lei menor pode contradizer a maior e daí perderá sua validade a menor. No caso, uma lei orgânica municipal é submetida a uma lei Estadual, que é submetida a uma lei nacional, a Constituição Federal. Existem várias campanhas em favor do voto nulo ou do voto em branco sob a alegação de obrigação do voto não ser democrática. As pessoas que agem assim desconhecem duas situações.



Primeiro: Voto em branco e o voto nulo são, segundo a Constituição do Brasil, inválidos para fins estatísticos, por isto não são contabilizados e, deste modo, não anulam nada, só o seu voto. A reduzir o coeficiente eleitoral, você ajuda a manter no poder quem já está lá, inclusive os corruptos que você alega odiar como motivo de não votar. Deste modo, jogando seu voto fora você mantêm a corrupção! O Código eleitoral brasileiro fala em nulidade eleitoral, que é diferente de voto nulo, trata-se de uma situação de anulação de urna ou de pleito em casos específicos e não tem relação alguma com o voto nulo, pois este não vale nada de fato e de direito.


Segundo: A nossa democracia é recente, não existe democracia perfeita, pois ela é uma em cada país e cada época da história, é constantemente evolutiva, prova disto é que a democracia grega, tão aplaudida por muitos, não contabilizava mulheres em seus sensos, contabilizava o gado e escravos, mas não mulheres. Outro fato curioso é que os Gregos da antiga Grécia tinham por cidadão apenas os homens livres, ricos e ociosos. Para quem acha a nossa democracia ruim, imagina esta?! Levamos centenas de anos para conquistar a democracia que conhecemos, com sangue e suor dos nossos antepassados e agora, por pura preguiça de escolher um candidato para nos representar agimos com indiferença.



Um voto não é tanto, se pensarmos que o preço é menor que uma ditadura ou que uma democracia direta, onde você é obrigado a agir politicamente todos os dias até o último dia de sua vida, lutando diariamente por seus direitos e de seus entes queridos. Pense nisto e vote consciente, escolha bem seus candidatos. Se você está satisfeito com eles os mantenha no poder, se não está, renove seu voto, isto oxigena o poder e a democracia.



Como alternativa a estas campanhas em favor do voto nulo ou em branco, criei no Facebook e no Orkut, grupos de Campanha Contra o Voto Nulo, exatamente para explicar como funciona a lei neste ponto! Se tu anulares ou votar em branco, o teu voto é perdido simplesmente, não é computado! Quando isto ocorre, reduz-se o coeficiente eleitoral, que é o cálculo dos votos válidos para eleger um candidato. Para todo mundo entender melhor, se houver apenas dois candidatos e só três pessoas votarem corretamente, o candidato que tiver dois votos é eleito e empossado, pois só valem para fins estatísticos os votos válidos, não os anulados ou em branco.



Reduzindo o coeficiente eleitoral, os votos que poderiam alternar algo no país, por menor que fosse a mudança, são perdidos simplesmente, jogados fora. Ao anular, você cruza os braços, mas também, permite que permaneça tudo como está. Em política amiga, omissão é ação! Calar-se, em política, é consentir que outros haja em teu nome! Tu podes até dizer que não, que tu não autorizaste, mas não é assim que funciona a coisa, não na política, não na lei da nossa Constituição. Eu estou ensinando, você não precisa gostar disto, só entender, a coisa é assim, nos gostemos ou não. Votar em branco ou nulo, é manter o atual sistema, no voto, tu tens uma chance de mudar algo, por menos que seja, por menor que seja a mudança, é uma legítima e legal alternância de poder. Busco, deste modo, criar um sistema mais democrático e mais consciente de seu papel social, busco fazer a minha parte.



Assim como você escolheu ser como é, com suas escolhas diárias, escolha quem vai lhe representar, você é e sempre será o fruto de suas escolhas, mesmo as que você não escolheu ter, pela lei, se você cruzar os seus braços, estará escolhendo manter o que tem, não estará se omitindo, estará consentindo. Espero que isto tenha lhe ajudado a entender como este jogo funciona, bom voto!

Antonio Roberto Vigne

Cientista Político




do site: www.gestopole.com.br

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