Publicado em 24-Dec-2010, por Ivan Postigo
São incontáveis as migrações do homem para construção de uma nova vida e um novo lar.
Pobreza, catástrofes, questões raciais, religiosas, oportunidades de enriquecimento ou uma vida mais tranquila fazem com que homens atravessem montanhas, mares e oceanos para realizar o sonho.
Formando comunidades ou vivendo isolados, lá estão eles, superando barreiras geográficas, climas e idiomas para construção de seu mundo melhor.
A otimista visão nem sempre é realista. Legiões compraram sonhos, na ânsia de obter sucesso, sem que, esforços para a venda tenham sido necessários.
Seguindo o arco-íris ou em busca do Eldorado, o homem se aventurou e criou histórias e lendas.
Em meu primeiro ano na escola, ganhei de presente de minha simpática professora, Dona Maria José, o livro que contava a história de Fernão Dias Paes Leme, o Caçador de Esmeraldas.
Talvez tenha sido a história que me retirou dos quadrinhos- na época liam-se, muito, gibis - para refletir sobre o delírio do homem.
Alguns diriam: - Bobagem, criança não “pensa”!
Pensa sim e grava os fatos.
Sempre gostei muito das histórias do oeste americano, não pelas lutas, pois as maldades praticadas contra os índios eu não conseguia entender, mas pela sensação de liberdade que via nas pradarias, nos filmes dos domingos à tarde.
Nasci e cresci em uma região descampada, andei descalço pelos matos, nadei muito e vivia sobre o lombo dos cavalos.
Lancei tarrafas, armei redes, pesquei, e de vez em quando, para ira das mães que sabiam, dávamos umas escapadas nos barcos.
Uma cidade de águas, cheia de córregos, nos permitia mariscar. Para nós, essa atividade não significava apanhar mariscos, mas bater peneiras nos córregos, afugentando os peixes para apanhá-los logo abaixo com sacos.
Nada disso existe mais e muitos que ali moram sequer se dão conta da riqueza perdida.
Acaras, tilápias, lambaris, cascudos, pirambóias, bagres eram apanhados aos montes em águas repletas de guarus.
Outra riqueza perdida são as aves como coleirinhas, sanhaços, pintassilgos, canários, bigodinhos, caboclinhos, entre muitos que não mais encontramos com facilidade.
Não vi a destruição das matas porque, crescido, tinha deixado a cidade para trabalhar e estudar. Pouco voltava à cidade, mas o que via deixava certa sensação de tristeza.
Para muitos um alívio a chegada do asfalto, pois significava a redução sensível do pó e ônibus na porta, e aquela riqueza não lhes fazia falta, pois não desfrutavam.
O bairro iniciado com a colonização espanhola envelheceu e há muitas casas vazias, cujo estado não permite moradia sem uma boa reforma. Filhos e netos deixaram o local e migraram em busca de locais mais valorizados, que naquela época sequer eram cogitados.
Parece que a cidade diminuiu e aumentaram os problemas.
É o homem em busca de espaço para construção de um novo mundo.
Esse fato ocorre por todos os lados, sobrecarregando e exaurindo os recursos do planeta.
Qual a solução?
Vamos para Marte, com a mesma mentalidade, até que Venus se torne o novo porto e alienígenas nos expulsem ou façamos destes novas conquistas.
Por que não melhorar e recuperar o que já temos?
Sociedades quando envelhecem, todas enfrentam seus momentos de exaustão, partem em busca de novos horizontes e uma nova vida.
Nesse ritmo teremos realmente que procurar um novo mundo para construir um mundo novo!
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
www.postigoconsultoria.com.br
Twitter: @ivanpostigo
Skype: Ivan.postigo
Do site: www.gestopole.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário