A tristeza perdida, livro dos psiquiatras Allan Horwitz e Jerome Wakefield, critica diagnósticos que ignoram a relação entre os sintomas e o contexto do paciente | ||||||
por Patricia Porchat | ||||||
De modo geral, para qualificar a tristeza ou a depressão utilizamos a observação de alguns fenômenos: desânimo, mágoa, abatimento, sensação de vazio, desespero, desesperança, aversão a comida, irritabilidade, inquietude, sentimento de inutilidade, ideação suicida, tentativa de suicídio, medo da morte, negativismo, falta de prazer ou de interesse nas atividades cotidianas, reclusão social, fadiga ou perda de energia, agitação ou retardamento (desaceleração) psicomotor. O fato de a tristeza ser profunda e intensa, reunindo várias dessas manifestações por um tempo um pouco maior do que o esperado, em geral, proporcionou à psiquiatria contemporânea uma confusão entre tristeza “natural” e transtorno mental depressivo. Os autores de A tristeza perdida, Allan Horwitz e Jerome Wakefield, ambos psiquiatras, criticam o momento atual dessa especialidade médica por se apoiar em diagnósticos que ignoram a relação entre sintomas e o contexto do paciente. Como resultado, com exceção do luto, qualquer reação a uma grande perda tem altíssima chance de ser diagnosticada como depressão, pois o critério se baseia no sintoma e não na causa do sofrimento. Revista Mente & Cérebro n° 211, setembro/2010 | ||||||
domingo, 23 de janeiro de 2011
Com quanta tristeza se faz uma depressão? (1/3)
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