Por Maria Maura Fadel
Será mesmo?
Será mesmo?
Em outras palavras, vale dizer: é preciso conviver. Nesse "viver com" obviamente encontramos aqueles com que não nos agrada estar. É quase sempre inevitável esbarrarmos no diferente, naquele que pensa, age, fala e vive de forma diversa da nossa. O outro, aquele que se distingue de nós - seja pela cor da pela, experiência de vida, orientação sexual, limitações afetivas, capacidade intelectual, crença religiosa ou qualquer outro aspecto -, nos coloca em xeque, ameaça. Não é uma regra: convém prestar atenção naquilo que tanto nos incomoda nas outras pessoas , pois , em geral, são as características das quais tendemos a fugir em nós mesmos que mais "enroscam" nesses mesmos aspectos do outro. Nesse caso, vale a máxima: gambá cheira gambá. Quer dizer, chama nossa atenção repetidamente aquilo com o que, de alguma forma, nos identificamos.
Obviamente situações explícitas de crueldade e injustiça não se aplicam a este caso - mexem com convicções mais arraigadas e causam indignação, lembrando-nos que somos humanos, felizmente. Mas se você anda convicto de que uma pessoa (ou mais) é responsável por seu inferno particular e tem a incrível capacidade de acabar com a alegria do seu dia, algo pode estar errado, e talvez seja a hora de você voltar a ser o centro de sua vida.
Obviamente situações explícitas de crueldade e injustiça não se aplicam a este caso - mexem com convicções mais arraigadas e causam indignação, lembrando-nos que somos humanos, felizmente. Mas se você anda convicto de que uma pessoa (ou mais) é responsável por seu inferno particular e tem a incrível capacidade de acabar com a alegria do seu dia, algo pode estar errado, e talvez seja a hora de você voltar a ser o centro de sua vida.
Da revista Mente & Cérebro n° 215, dez/2010
A autora é psicóloga e psicanalista.
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