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A grandeza primária
Publicado em 13-Dec-2010, por Jerônimo MendesNeste artigo, quero discorrer sobre o pensamento anônimo citado por Stephen R. Covey no prefácio do livro As vantagens da Adversidade, de Paul Stoltz e Erik Wihenmayer: “Entre o estímulo e a resposta, há um espaço. Nesse espaço se localizam a liberdade e o poder de mudar nossa resposta. Nessas escolhas se encontram nosso crescimento e nossa felicidade”.Não importa quem escreveu isso. O que importa é a profundidade da mensagem. Pressuponho que autor tenha atingido um nível de maturidade tal que a nossa vã filosofia não consegue alcançar. E assim, ficamos maravilhados com as citações que lemos e recebemos com frequência e, por vezes, incapacitados de criar as nossas. Elas vão direto ao âmago e não há como escapar. Tem a ver com o que pensamos e o que fazemos.A interpretação é simples. Entre qualquer coisa que tenha acontecido a você e sua resposta ao estímulo, há um espaço de tempo, por mínimo que possa parecer. Você tem o poder e a liberdade de escolher a resposta embora, em boa parte dos casos, sua reação seja automática. De uma forma ou de outra, a escolha vai determinar o seu crescimento e a sua felicidade.Independentemente do espaço e da forma há, no mínimo, uma escolha, ou seja, para tudo na vida existe uma ou mais saídas. A ironia de tudo isso é que justamente aquilo que nos permite crescer e experimentar momentos de alegria são coisas que a maioria das pessoas passa a vida tentando evitar. Não há ganho sem esforço ou sacrifício. Portanto, é crescer ou morrer.Uma vida confortável é o nosso maior desejo. Ter as melhores roupas, o melhor emprego, a melhor casa e o melhor carro são desejos legítimos do ser humano, mas isso apenas não contribui em nada para o crescimento. Como diz o próprio Covey, quando paramos de crescer e aprender, morremos mentalmente, emocionalmente e sofremos uma morte física prematura.Quer aprender um novo idioma? Pague o preço, sofra, sacrifique-se. Quer crescer na profissão? Estude, especialize-se, torne-se um ser humano melhor, além de um profissional melhor. Quer conquistar o respeito da sociedade? Respeite seus filhos, sua esposa, seus pais. Desça do pedestal, torne-se um pouco mais humilde, mais justo, menos pedante, menos inconseqüente.Por vezes, é necessário descer ao fundo do poço. Você já notou que muitas pessoas que você conhece e hoje são bem-sucedidas já comeram “o pão que o diabo amassou” para chegar aonde chegaram? Mas elas continuam vivas, mais fortes, mais determinadas.Talvez por isso fiquemos admirados com personalidades como Tiririca, Geisy Arruda, Fábio Assunção, Paulo Coelho, Silvester Stallone e outros mais ou menos importantes. Isso não vem ao caso. O fato é que - não importa a cor, o sexo, a religião e o grau de instrução - somos submetidos com frequência a escolhas em menores ou maiores intervalos de tempo para decidir.Se, por um lado, a vida ensina, por outro, ela não espera. O que você vai aprender, mais cedo ou mais tarde, é que não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido. O mundo não deixa de girar para que você o conserte.Parafraseando Stephen R. Covey, a grandeza primária está no caráter e na contribuição. A grandeza secundária está no prestígio, na riqueza, na posição e nas realizações que não apresentam nenhuma contribuição sólida e permanente para os outros.Apesar de o discurso geral priorizar a grandeza primária, a maioria das pessoas está mesmo de olho na grandeza secundária. Veja o caso das celebridades que atingem fama e fortuna rapidamente e deixam a grande primária em segundo plano. Poucas conseguem ambas.O bom uso do espaço entre o estímulo e a resposta é o elemento comum em toda grandeza, segundo Covey. Para isso, é necessário crescer muito, respirar fundo, abrir de certas vaidades. Quando aprendemos a lidar com os reveses, as adversidades, o sofrimento, a mágoa, o desapontamento e a injustiça, deixamos de nos transformar em vítimas.O meu discurso em sala de aula, palestras e treinamentos chega a ser repetitivo, mas penso que não há como criar profissionais melhores se não lutarmos por seres humanos melhores. Uma coisa depende da outra. É uma questão simples, tem a ver com a integridade.É o caso de Steve Jobs, mentor e cérebro da Apple. Em Os Piratas do Vale do Silício, Jobs é retratado como uma personalidade egoísta e agressiva, apesar de toda genialidade. Foi necessário ser desligado da Apple e passar por uma enorme adversidade para retornar menos arrogante e mais humano.Os reveses são inevitáveis, as escolhas não. No espaço entre o estímulo e a resposta encontra-se a chave para o seu crescimento pessoal e profissional. A grandeza secundária não é difícil de conquistar. A grandeza primária é um desafio constante.Pense nisso e seja feliz!Fonte: www.gestopole.com.br
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